Artigo Avulso 📄 O Que Te Faz Permanecer?
Não estou sempre certa. O que vou dizer, digo porque me foram dadas referências, nem que autoreferências. Uma prerrogativa me ocorre, portanto, essa de poder opinar. O que me faz permanecer na minha atividade opinativa, eu não sei, mas deve ser culpa dos livros, aqueles cretinos. Depois, daquelas maluquices acontecendo. O que te faz permanecer? Gostaria de propor uma rápida passada de olhos numa referência, "A Cidade e os Desejos ", em Cidades Invisíveis:
Supondo que as cidades contem, na sua estratagema oculta, com uma moldagem dos desejos, o que torna um lugar escolhido como lar? As razões não passam de um trabalho, de um conjunto de pessoas ligadas ao laço familiar, de uma constatação de que um sistema te prenda melhor que outro, ou de mero comodismo. Por via das dúvidas, permaneço. Por via das dúvidas, vou para lá; antes lá que Pasárgada, Pasárgada é íngreme como mentes escarpadas. "Admirável Mundo Novo" mostra uma moldagem futurista de desejos numa sociedade fictícia surubeira. Quando Freud investigou as neuroses se falava de uma sociedade repressora. Hoje, uma sociedade liberal e maluca molda a liberalidade nos desejos mais que a sua repressão? Há uma mudança de perspectiva? Sendo assim, tá reprimido reprimir?
M. Costa elabora, sem dó de opinadora, algumas hipóteses de estudo, de averiguação das formas, com cara de curiosidade, perplexidade e depois desordenação de conteúdo.
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Meu caro leitor, humano como eu, passante no mesmo mundo que eu, isso não é mais uma fonte de informação entre muitas. É para mim o meu canal de mensagem pessoal enquanto exerço a faculdade opinativa de direito, especial para mim. Winnicott era especial nessa especialidade de existir sem medidas de restritivas comparações. Disse:
Gosto de pensar que estar em algum lugar signifique criar um vínculo que vá além das possibilidades que ele ofereça. Isso só pode querer dizer que ele vai ser o preferido se, de algum modo, possa-se nele fazer alguma diferença, de cara lavada ou por metonímias. Vamos ver hoje inúmeras vozes desse fazer a diferença e, em algumas delas, vamos encontrar isso estampado em narrativas de empreendedorismo. Nos grupos, poder-se-ão eleger alguns heróis. Nossos heróis pessoais me parecem sempre os mais autênticos. Entretanto, a imunidade do herói talvez não seja ao fracasso, mas àquilo que o mundo impõe de incongruente ou de endoidecido de raiva, a raiva um sentimento comum a humanidades tristes. Pergunto-me se Madre Teresa pensava em tudo isso quando fazia suas caridades em Calcutá, na Índia. Mas eu acho que ela estava muito ocupada pra parar pra pensar em empreendedorismo ou na ascensão de um novo herói. Cá exerço a faculdade especulativa. Século XX. Lá esteve Madre Teresa, em Calcutá, na Índia, fazendo seus vínculos em meio à miséria do entorno. Uma cidade começa a definir um caminho. Por aqui eu nada faço que observar. A cidade onde estou, no entanto, é mais bela indo além de suas concretizações.