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Não saberia dizer a que tipo de
pensamento se entregasse uma pessoa na ocasião em que a mensagem foi
digitalizada e repassada sem brios à sua recém-adquirida inimizade, fazendo-se,
por assim dizer, a si mesmo um inimigo, não que ambas as partes, ele e o dito
cujo, o desejassem. Mas não quero entrar em delongas sobre fatos de outros, até
porque se referem à minha secreta realidade também e a identificação e
reconhecimento disso me leva a uma desgostosa hora.
Hoje, algumas notas se agregaram
ao conjunto da música. Gostaria de dizer que, apesar das mãos trêmulas, algo
está saindo no meu recital escandaloso dado a pervadir os ouvidos de um vizinho
ou outro que não tem escapatória senão ouvir. Posso até dizê-lo, afinal,
aliás...
A publicidade, nisto, logo me
incomoda e, em pouco tempo, tenho o fone de ouvido de volta à cabeça,
assegurando que me empenhe nas linhas adjuntas à clave até concluir com mais
segurança o arranjo musical, os sons que do instrumento saem dando forma a algo
distinto do assunto que, se muito pensado, faz barulhos bombásticos por dentro,
a que considero em absoluto um claro abalo da mente que, gostaria de dizer,
‘desnecessário’; mas eu, o que sei? No mais, é engraçado como aprendemos a ler
as notas não raro vagarosamente até formar um generoso som.
O que quero mesmo dizer, por fim,
é que não importa o que passou se me agrado em saber que possamos estar bem
apesar dos recentes acontecimentos, ou que não sejam persuasivos de todo os assombros aparentemente eternos nos
pensamentos como o da chuva aparentemente incessante ou da névoa sombria aparentemente persistente que parece levantar-se lá fora quando alguém
se achega à depressão.
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