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Eu só me sentei e escrevi, em sua maior parte,
palavras que provinham de mentiras e que inadvertidamente se tornaram um modo
de dispersar ainda mais as peças do quebra-cabeças. Devo admitir que sabia
pouco sobre minha porção de mentiras que havia, algum dia, sido pensada como
uma parte inexistente de mim.
Às
vezes, o que contamos como verdade é um ato sincero de fé, o que era algo que acredito
que me faltava, naquele momento. Uma justificativa em si poderia ser alarmante
se um pecador fosse tão culpado quanto alguém poderia ponderar, muito embora
alguém poderia emendar a seu veredito que tinha havido uma crescente
inquietação e pequenas mentiras haviam emergido de um acontecimento recorrente
que figurava a si mesmo na mente da pessoa julgada como chamas de um arbusto
inflamado a ser evitado. Que brilhante momento era finalmente não precisar
encarar o lado flamejante de minhas imaginações com gestos e atitudes os mais distantes
de genuínos.
Como
se viu afinal, meu coração ainda desejava a querida companhia de outros, muito
embora o mais estranho dos sentimentos viesse antes de tomar conhecimento do
fato. Pois não era mais uma circunstância nocional, mas um sentimento fatual
que permeava meus feitos por fim. Espero que eu, um aprendiz de boas maneiras,
não precise me desculpar pelo mesmo ato induzido ao erro há muito presente na
história dos homens, este que consiste em assombrar alguém por ser alguém. (...)
I just sat down and wrote mostly words that stemmed from lies and that
inadvertently became a way into dispersing even more the pieces of a puzzle. I
must admit that I knew little about my amount of lies, which had once been
thought of as an inexistent part of me.
Sometimes what we count as truth is a heartfelt action of faith, which I
believe to have lacked at that moment. A justification itself could be alarming
should the sinner be as guilty as one could ponder, although one could amend to
one’s verdict that there had been an increasing unease and little lies had emerged
from a reoccurring happening that pictured itself in the judged person’s mind
as flames of an inflamed bush to be avoided. What a glaring moment it was finally
not to need to face the burning side of my imaginings with the farthest from
genuine gestures and attitudes.
As it turned out, my heart still longed for the dear company of others,
even though the strangest of feelings came before my acquaintance with that
fact. For it was no longer a notional circumstance, but a factual feeling that
permeated my deeds in the end. I hope that I, an apprentice of good manners,
will not need to apologize for the same long before present in the history of
men misled act, that which consists of haunting someone for being someone. (…)